O Canto do Sabiá
O sabiá é uma ave bastante conhecida no Brasil e faz parte da história e da literatura. O poeta Gonçalves Dias na poesia “Canção do Exílio”, enalteceu o canto do sabiá. Essa ave tem um canto poderoso, que soa no silêncio da noite e atinge até 75 decibéis.
O canto do sabiá tem significado e magia. Ele canta para atrair a fêmea e convidá-la para o acasalamento. E também canta para desejar que chegue a chuva e a primavera. No final de agosto essa ave amplia o seu canto porque no período de setembro até janeiro é o tempo propício para a reprodução.
Enquanto o sabiá contempla a noite cantando durante muitas horas, alegra a fauna e embeleza a flora; e outros animais também, circulam pelo horário noturno fazendo zueira. Dentre esses, o urutau (ou mãe-da-lua), é conhecido como ave fantasma; causa terror. A coruja (ou rasga-mortalha), é conhecida como ave agourenta e ninguém gosta de ouvi-la, principalmente se ela passar por cima da residência (indica má sorte).
Quando o urutau canta e alguém pensa e pede algo ruim para outra pessoa, a energia dele é direcionada para inquietar e causar danos psíquicos a quem for desejado.
A coruja carrega uma força estranha; e quando ela passa perto de alguém com o seu som de rasga-mortalha, especialmente numa sexta-feira 13; se for feito um pedido de maldade (tipo doença, acidente ou morte), ela age para atingimento do objetivo e sem piedade para executar.
O significdo de sabiá em tupi, é “aquele que reza muito”, em alusão à voz dessa ave. Segundo uma lenda indígena, quando uma criança ouve, durante a madrugada, no início da primavera, o canto do sabiá, será abençoada com muita paz, amor e felicidade”.
Existe uma outra lenda contada por mateiros: diz que quando o sabiá canta durante a madrugada, a pessoa que pedir 3 vezes ao sabiá para encantar a pessoa desejada, terá harmonia para toda a vida.
O certo é que o sabiá já foi cantado e decantado por muitos admiradores. Existe uma canção “A Majestade, o Sabiá”, com sucesso em todo o Brasil, como reconhecimento da beleza sonora e da pureza dessa ave.
*Osmar Monte é poeta e escritor