No Cemitério da Recoleta encontram-se túmulos de personalidade que participaram ativamente da história argentina, como importantes políticos, (Eva Duarte de Perón), escritores (Silvina Ocampo e Adolfo Bioy Casares), médicos, artistas, prêmios Nobel (Carlos Saavedra Lamas e Luis Federico Leloir), esportistas e empresários
Alberto Pessoa (novaimagemrevista.com.br)
(Fotos: Alberto Pessoa e divulgação)
O dia 02 de outubro é celebrado o Dia de Finados. O Dia de Finados é comemorado em vários países, incluindo:
México: A data é conhecida como Dia dos Mortos e é celebrada de 31 de outubro a 2 de novembro. É uma festa alegre, com danças, cores, comidas típicas e altares decorados com flores e as comidas preferidas dos falecidos.
No Brasil e em Portugal a data é reservada para visitar os túmulos dos entes queridos. Para os católicos, é um dia de penitência e recolhimento. Em outros países a data é também celebrada em Guatemala, Haiti, El Salvador e Bolívia.
O Dia de Finados é uma tradição católica que se popularizou no mundo ocidental a partir da Idade Média. A data foi sugerida pelo abade Odilon de Cluny, que em 998 instituiu a obrigatoriedade de rezar pelos mortos. Nessa data as pessoas se dirigem aos cemitérios para reverenciar seus entes queridos levando flores, acendendo velas, rezando, orando e relembrando da passagem que aqueles tiveram em vida.
Os cemitérios ou campos santos recebem milhões de visitantes nesse dia. É importante a conservação e o cuidado com esse locais, afinal, ali está viva uma imensa herança histórica, através de homens e mulheres que em muito contribuíram para a construção de nossa sociedade.
Neste dia me veio à mente a última viagem que fiz a Buenos Aires, Argentina, onde ingressei através da Associação Internacional de Escritores e Artistas (Literarte), no Núcleo Académico de Letras e Artes de Buenos Aires. No roteiro que os convidados fizeram esteve incluído uma visita ao Cemitério da Recoleta.
Pode parecer estranho, porém, o Cemitério da Recoleta se tornou um dos pontos turísticos mais visitados de Buenos Aires, muito procurado pelos turistas.
O CEMITÉRIO
O Cemitério da Recoleta pode ser considerado um museu a céu aberto, onde os turistas e visitantes podem apreciar os belíssimos e incríveis mausoléus de mármores, várias esculturas importantes, e conhecer algumas lendas bem interessantes que circulam pelo povo argentino.
O Cemitério da Recoleta fica bem localizado na cidade de Buenos Aires, próximo a diversos outros pontos turísticos da cidade.
O Cemitério da Recoleta, além de contar com a arte tumular e dos personagens famosos que lá estão sepultados (Eva Perón e alguns ex-presidentes argentinos, entre outros), o inusitado desse cemitério é que os caixões não são sepultados ou ficam fechados dentro dos jazigos. Os caixões ficam a vista, alguns em prateleiras. Em alguns túmulos de famílias mais tradicionais e antigas, os caixões chegam a ficar um em cima do outro em razão de muitos mortos para um mesmo jazigo. Ao mesmo tempo que é curioso também é assustador tal costume. Os corpos são embalsamados antes de serem sepultados e dessa forma ficam os caixões, dezenas de anos à mostra nos jazigos.
HISTÓRIA
O Cemitério de La Recoleta é o mais antigo e aristocrático da Cidade. Em seus quase seis hectares estão sepultados heróis da Independência, presidentes da República, militares, cientistas e artistas. Entre eles, Eva Perón, Adolfo Bioy Casares e Facundo Quiroga. Os sepulcros e mausoléus foram obras, em muitos casos, de importantes arquitetos. Mais de 70 mausoléus foram declarados como Monumentos Históricos Nacionais. Está localizado em terras concedidas por Juan de Garay a Rodrigo Ortiz de Zárate, que fazia parte de sua expedição colonizadora. Depois foi instalado nesse lugar um convento de freis recoletos. Inaugurado em 1822, em terras que até então eram dos monges recoletos, o da Recoleta é o primeiro cemitério público da cidade. Tem 54 hectares. Até então, os mortos eram enterrados nas igrejas ou nas terras sob sua administração, os chamados campos santos. Os caixões chamam a atenção. Em vez de enterrados, são guardados sobre a terra, empilhados uns sobre os outros, dentro de mausoléus. Vidros e vitrais são colocados especialmente para que se possa vê-los. Macabro, para quem não está acostumado. O cemitério da Recoleta, no rico bairro de mesmo nome, é o mais famoso e destino obrigatório para quem está de passeio por Buenos Aires. No charmoso e ostentoso cemitério, cheio de esculturas e mármores, sepultamentos e mausoléus se misturam a passeios dos portenhos e visitas guiadas de turistas. Uma curiosa junção de morte, praça e museu. Costume raro para muitos povos, mas que é rotina na capital argentina e atrai cada vez mais turistas em busca das belezas e histórias que há por trás dos sepulcros da cidade.