A Poesia e o Poeta

Compartilhe
Share on facebook
Share on twitter
Share on pinterest

“A poesia é a arte da linguagem humana, do gênero lírico, que expressa sentimento através do ritmo e da palavra cantada. Seus fins estéticos transformaram a forma usual da fala em recursos formais, através das rimas cadenciadas. A poesia faz adoração a alguém ou a algo, mas pode ser contextualizada dentro do gênero satírico também. Há três expressões de poesias: as existenciais, que retratam as experiências de vida, a morte, as angústias, a velhice e a solidão; as líricas, que trazem as emoções do autor; e a social, trazendo como temática principal as questões sociais e políticas”.
Mas, eminentemente, a poesia é arte e exercício humano/espiritual. Quanto ao questionamento conceitual sobre esse contexto, temos a certeza: Bertoldo Breath se fosse questionado por alguém a respeito do conceito de o quê é a poesia, certamente o questionador já obteria sua resposta – “poesia é o próprio homem/trabalhador e, em realidade, há homens que trabalham anos e anos; esses são considerados bons / há homens que trabalham anos e anos; esses são considerados muito bons / e há homens que trabalham sempre; esses são imprescindíveis…”.
Portanto, a poesia é um produto do esforço psicofísico humano. O mesmo questionamento, feito a Henfil, é claro, também, ele já nos responderia: – “poesia é arvore de vida e, em realidade, se dela não houver frutos, valerá o perfume e a beleza das flores; se dela não houver flores, valerá a sombra e o abrigo das folhas; e, se, dela não houver frutos, flores e folhas, valeu a intenção da semente…”. Embora a poesia, é claro, também, produto natural do esforçado cio da terra.
Mas, ser poeta é ser o quê?
Segundo o sábio professor, poeta e jornalista maranhense, Alberico Carneiro, se é atualíssima, ainda hoje, a teoria de Aristóteles sobre a arte da poesia ou da poética, apresentando-a como imitação, transformação ou mutação da realidade vista por outro ângulo, o poeta é uma espécie de mago, feiticeiro, bruxo ou encantador. Desse ponto de vista, ele, o poeta, pode transfigurar a linguagem da semântica, isto é: fazer com que as palavras, à maneira dos camaleões, passem por um processo mimético ou do mimetismo. E, assim, como camaleão, que, para preservar-se dos predadores mais perigosos, adapta a coloração da pele à cor do ambiente, para fingir e confundir-se com a paisagem, também o poeta faz com que as palavras imitem a realidade, procurando inseri-las no contexto semântico que corresponda à contemporaneidade.
O poeta Português, Fernando Pessoa, traduz esse paradoxo ou ambigüidade aristotélica sobre o ato da imitação à realidade: – “o poeta é um fingidor/finge tão completamente/ que chega a fingir que é dor/ a dor que deveras sente”.
Já o poeta ludovicense, Nauro Machado, outro ser humano-cultural incompreendido em seu tempo, se confessa e, portanto, explica: – “a dor de ser poeta/ do ser fatal/ a dor de ser feroz/ é instante só/ mas que no ser demora e dura e fere/ para que mais doa”.
E o conterrâneo e poeta-camaleão, Salgado Maranhão, se faz poetar nas coisas: – “As coisas querem vazar o poema/em sua crosta de enredos, as coisas querem habitar o poema/para serem brinquedos. Chove nas fibras de alguma essência secreta e o poema rasga a arquitetura do poeta”

o ser e a poesia advindos de mim

minha poesia veste-me com essência sabedora ao interior a mim
e emudece meu grito ensurdecedor à negação que há nela.
é a prisão na qual sou condenado
e estou a extrapolar-me liberto à ambiência alheia.
é a imensidão em sal oceânico e chão cáustico, solitariamente, desértico…
é a diversidade de todas minhas linguagens artísticas sem platéia alguma…
é a obra que, humildemente, ofereço à humanidade…
é o ser a querer-se compartilhado a quem me necessitar…
e meus versos?

são partes extraídas de minha alma inteira a se mostrarem inibidas aos outros seres
sem aceitação nenhuma!
o que é minha poesia?
é a somatória das imagens etárias do passado encontrado no presente,
são escritas na negação imagética do futuro.
obrigando-me, fielmente, a negá-la em mim tal qual confissão ausente.

analfabetismo editorial

há em mim
poemas para o mundo
condenados ao desconhecimento profundo
escondidos
esquecidos
sem algum encanto
ganharam na gaveta do móvel só um canto
imundo
vagabundo
quais enterrados à sepultura
pois lhes fora negada a leitura!

tripartite do ser

o quê é para ser falado
minha alma brada a voz.

o quê é para ser calado
minha atitude cala à vos.

o quê não pode ser almejado
minha razão desistiu de nós.

Sobre o autor
Wybson Carvalho
Wybson Carvalho
Ceticismo e crença... ...eis a questão! sal, ao pão, para a existência da matéria doce, ao vinho, para a vida eterna do espírito. aleluia à fé...
Deixe um comentário:
Inscreva-se em nossa Newsletter e receba as últiamas notícias em seu e-mail:
Últimas Notícias
Jesus Pearce
Nonato Santos

Mais um festejo de São Francisco das Chagas

No Sábado, 25/09, teve início mais um festejo de São Francisco das Chagas, no povoado Alto São Francisco município de São João do Soter, mais foi no domingo que juntamente com minha esposa (D.Elizane) resolvemos fazer uma visita ao Alto, matar a saudade pois não fomos em 2020, o pessoal

LEIA MAIS »
Leia também
Join our newsletter and get 20% discount
Promotion nulla vitae elit libero a pharetra augue