NOSSA MÚSICA, NOSSOS MÚSICOS
—– Um pouco mais sobre a música do Maranhão e do Nordeste.
—– Artistas de variada flora, florada e floração. Da música-raiz, que se finca na terra, à música-pólen, que se espalha e se espraia pelos ares, bares, lares, mares, lupanares e outros lugares de muitos cantares. Que em 2022 a música nos seja sempre (um) presente…
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Credita-se o Dia do Músico ao dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos. Ambas as datas transcorrem em 22 de novembro, data tida como de falecimento da santa romana, no ano 230.
Há também, desde 1975, o Dia Internacional da Música, em 1º de outubro, estabelecido pela UNESCO, órgão da ONU (Organização das Nações Unidas).
Já o dia específico da Música Popular Brasileira é 17 de outubro, data em que nasceu a compositora carioca Chiquinha Gonzaga, em 1847.
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Relaciono aqui alguns artistas (compositores, instrumentistas, cantores) da música imperatrizense, tocantina, maranhense e nordestina.
Conheço muitos deles e conheço um pouco de seus trabalhos, em especial as produções mais antigas, que tenho, mantenho, preservo, diversas delas com dedicatórias amigas. Já escrevi textos sobre alguns desses músicos, compositores e intérpretes.
Referindo-me só às obras gravadas que tenho (em DVD, CD, LP, K-7, compacto duplo e simples), estão trabalhos e primeiros discos do Neném Bragança (falecido em 15 de janeiro de 2015) e outras produções “antigas” da “rapaziada”, como, por exemplo:
…Wilson Zara (meu ex-colega de faculdade), Henrique Guimarães (competente; um dia será [re]descoberto…), Clauber Martins, Zeca Tocantins, Washington Brasil, Selin Galhães (Josselin de Cristo Magalhães, compositor, cantor, professor de violão, que me surpreendeu ao compor, na década de 1990, uma belíssima música para mim, de nome “Sanches Cidadão”, “estilo” Zé Ramalho);…
…Lourival Tavares (parceiro de composições, uma delas — “Cenas” — gravadas no seu disco “Lobo da Lua”; essa música foi solicitada ao Lourival pelo produtor do cantor Jessé para ser gravada provavelmente em 1994, no décimo-sexto disco do grande cantor, compositor e músico niteroiense; mas, como se sabe, Jessé faleceu aos 40 anos, em 29/03/1993, quando dirigia em alta velocidade, de Ourinhos – SP para Terra Rica – PR);…
…Luís Carlos Dias (cantor, compositor, instrumentista, meu apoiador e general de campanha) e seu irmão — e “ex-aluno” — o (ins)piradíssimo e “fissurado” Chiquinho França, produtor musical, ativista cultural, sobre quem escrevi textos e para quem agradeci a espontânea colaboração pelo belíssimo “blues” que compôs para campanha eleitoral minha;…
… Carlinhos Veloz, a quem entreguei título de “Cidadão de Imperatriz”, por minha indicação e pelo que representa sua música “Imperador Tocantins”, hino não oficial de Imperatriz. Luiz Carlos Alves da Silva, o Carlinhos Veloz, nasceu dia 3 de dezembro de 1965, em Recife (PE), mas me revelou — fez questão de dizer — que foi gerado no Maranhão, mais precisamente em Caxias, de onde a mãe, a pernambucana Grinauria Alves da Silva, saiu quase às vésperas de ter o filho (o pai, João Alves da Silva, era militar do Exército Brasileiro e nascera no Rio Grande do Norte);…
…meu colega de lides bancárias e amigo Gildomar Marinho e Deive Campos (que também compôs música para mim);…
…Lena Garcia, Olívia Heringer, Adrianna Dias, Canta Imperatriz (CD), Chico Brawn (falecido em 21/06/2021; tocava músicas e projeto social — com o qual colaborei — de formação musical para crianças), Erasmo Dibell, Nani Vieira (Ernanes Vieira), VieiraDK6, Dumar Bosa, Elcias, Franck Seixas, Genésio Tocantins, Itamar Dias Fernandes (também médico e escritor, membro da Academia Imperatrizense de Letras);…
…Dona Francisca do Lindô e da Mangaba (caxiense como eu; conversava com ela em sua residência no bairro Santa Inês, de Imperatriz; falecida em 5 de junho de 2017), Zuza e seu sax, Paulo Pirata (ou Paulo Maranhão), Ostérnio, Josean Amaury, Ires (minha amiga, música e cantora evangélica), Lídia, Gerson Alves, Ed Millson, Diogo Rodrigues, Ageu Santos, Adriana e suas Adrenalinas, Marcelino, Samya, Cleyton Alves, Alcides, Flor de Maria, Cia. Cristã de Fátima (Cocrifá), Victor Cruz, Lídia;…
…César & Matheus, Suzanna, Jandel & Jordão, Ray & Roger, Plebeu & Nativo, Acássio Reis, Rael & Ricardo, Grupo Celebr’Art, Banda Baetz, Júlio Nascimento, Fruta Mel, Pollyana, Valdenice, Elizeth Gomes, Chirley Camargo, Conexão Explosão, Cristo Melquíades, Luciano Guimarães & Banda, Marcos Villar, Forró Doce Paixão, Furacão Brasil, Galego & Adriano, Benerval Silva, Elissâmya, Elson Santos;…
…Raimundo Paulino e os Conscientes do Forró. Raimundo Antônio Lima Filho, o Raimundo Paulino, era velho forrozeiro, excepcional sanfoneiro. Nascido em Teresina (PI), morou tempos em Imperatriz (MA), onde ainda vivem alguns de seus familiares. Morreu em 18 de setembro de 2016, em Araguaína (TO), onde estava residindo. Tinha 94 anos;…
…Raimundo Soldado, falecido em Timon – MA, em 17/09/2001), Paulinho dos Teclados, Pedrinho dos Teclados, Sandez, Ray Douglas, Henrique Braga, Paulinho, Arão Filho, Wilson Júnior & Luciano, e outros.
Documentei exaustivamente quase todos eles na “Enciclopédia de Imperatriz”, que escrevi, lançada em março de 2003.
Neste Dia do Músico, não esquecer as obras e outros autores maranhenses como Hermógenes Som Pop (Hermógenes de Almeida Moura, falecido, era grande amigo meu, conterrâneo de Caxias, exímio músico, sobretudo na guitarra e no violino, este que ele chegava a tocar com o instrumento às costas!…; o irmão, Roberto de Almeida Moura, o Robertinho, é igualmente excepcional músico, sobretudo pianista e tecladista em Salvador – BA);…
…Josias Sobrinho (tenho quase todos seus CDs, com dedicatória e tudo), “Arrebentação da Ilha”, Beto Pereira, Boizinho Barrica, Bumba-boi de Morros, Chico Saldanha, Cláudio Valente e Sérgio Habibe, Coral do Maranhão, Gerude, “Pedra de Cantaria”, Tribo de Jah, Tutuca, Ubiratan Sousa, Souza Neto;…
…e Mhario Lincoln, músico, cantor, compositor e também advogado, escritor e jornalista são-luisense, residente em Curitiba – PR, que já me apresentou a algumas de suas composições, todas de muita beleza e encantamento, delas com arranjo e produção musical de Chiquinho França.
De Minas Gerais, Rubinho do Vale.
De São Paulo, Ângelo Alves.
Do Pará, Wada Paz e o Javier Di Mar-Y-Aba (meu confrade na Academia de Letras de Rondon do Pará e Região e que compôs bela música sobre um pequeno poema meu).
Em Fortaleza (CE), “entrosei-me” com o pessoal da música popular cearense. Gente do naipe de Calé Alencar (abraço, amigo!), Pingo de Fortaleza, Acauã, Edmar Gonçalves (meu amigo, com novamente estive em boa conversa em Fortaleza em abril deste 2021; além de músico, Edmar, primo do Calé Alencar, é excepcional artista plástico/pintor), Augusto Bonequeiro (ia à minha residência em Fortaleza para pedir emprestado livros, sobretudo de ventriloquia; é um grande manipulador de bonecos), Lúcia Menezes, Abdoral Jamacaru, Adauto Oliveira, Alcântara, André & Cristina, Bernardo Neto, Cacau, Cego Oliveira, Cleivan Paiva, Jabuti, Manassés, Patativa do Assaré, Ricardo Augusto, Ronaldo Lopes & Banda Oficina, Talis Ribeiro, Tom Canhoto…
Aqui, em relação a músicos cearenses, recordo-me de que, há um ano, em novembro de 2020, eu conversava com o músico, cantor, compositor, biólogo e “designer” imperatrizense Wesley Almeida. De repente, o telefone toca: é o cantor e compositor Lourival Tavares, de São Paulo (SP). Ele vai logo me perguntando: “ – Sanches, você sabe que cantor me ligou e com quem acabei de falar?” Respondo-lhe: “ – Xangai”. E o Lourival: “ – Não. Vital Farias”. Comento: “ – Tá valendo: Xangai e Vital Farias, com Elomar e Geraldo Azevedo, foram parceiros em dois discos com um só nome — ’Cantoria’”. (Os discos “Cantoria”, de 1984 e 1985, foram gravados em Salvador – BA, no Teatro Castro Alves, onde ouvi Mercedes Sosa e assisti o global Juca de Oliveira na peça ‘Otelo’, de Shakespeare”).
Faltou eu dizer ao Lourival que, no saudável ciclo de interações musicais, se Xangai fora parceiro do setentão paraibano Vital Farias, o mesmo Xangai foi parceiro de Eugênio Leandro, o competente cantor, músico e instrumentista e experiente elaborador de projetos culturais Eugênio Leandro, com quem em 2020 colaborei para o desenvolvimento de um projeto acerca de um jornalista, poeta e cantador nordestino. Eugênio Leandro já gravou vários discos e é respeitado no mundo da boa MPB, nordestina, cearense; nasceu em Limoeiro do Norte (CE), onde estive em visita técnica, conhecendo o Distrito Irrigado Jaguaribe-Apodi (DIJA), uma excelência em cultivo de hortaliças, legumes, frutas.
Acerca dos maranhenses, fiz textos sobre Chiquinho França, Luís Carlos Dias, Zeca Tocantins, Lourival Tavares (“O Canto do Acauã”)… Também escrevi sobre o Luís Brasília (falecido em 14 de fevereiro de 2011), jornalista e produtor cultural, criador do programa de TV “ArteNativa” (Mirante/Rede Globo), que divulgou ou lançou diversos nomes e obras.
Não esquecer a excelência musical de instrumentistas imperatrizenses como Heury Ferr (violão), Humberto Santos e Junior Schubbert (violino), excepcionais nos instrumentos que tocam com mestria e Maestria. Humberto Santos é filho do meu amigo e conterrâneo caxiense Olavo, já falecido, que ficou conhecido como Olavo do Violão, pelo que excepcional havia em seu talento de violonista e de paciente como professor de alunos daquele instrumento.
Ainda da minha terra natal, Caxias, são Chico Beleza, Naum, Roger Maranhão, Jorge Bastiani, Antônio Cruz (arquiteto, músico, ativista cultural, falecido em 24/08/2019), Hilter (violão), Raimundo Ressurreição (músico, cantor, professor, escritor) e tantos outros são referência e orgulho caxiense, que nem José Salgado Maranhão, residente no Rio de Janeiro (RJ), letrista de nome e nomeada, além de poeta do primeiríssimo time, com composições já gravadas por diversas grandes estrelas da MPB.
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Os artistas da música acima são de variada flora, florada e floração. Todos os gêneros de composição. Da MPB ao “gospel”, do compromisso com a raiz que se finca na terra ao pólen que se espalha e se espraia pelos ares, bares, lares, mares, lupanares e outros lugares de muitos cantares.
Que em 2021 a música nos seja sempre (um) presente…
EDMILSON SANCHES
CURSOS – PALESTRAS – CONSULTORIA
Administração – Comunicação – Desenvolvimento – História – Literatura
ENTRE EM CONTATO: [email protected] _
Fotos: 1) Chiquinho França – Ernanes Vieira – Wilson Zara – Emival Herênio – Elpídio Varize – Erasmo Dibell – Chico Brawn – Luís Carlos Dias – Neném Bragança – Sânzio Rossiny – Zeca Tocantins. 2) Dª Francisca do Lindô e da Mangaba. 3) Luís Brasília, entrevistando Edmilson Sanches. 4) Disco “Lobo da Lua”, de Lourival Tavares, que contém a música “Cenas”, feita em parceria com Edmilson Sanches.