A boiada está solta com abertura das porteiras

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Alberto Pessoa (Jornalista maranhense)

O Brasil é um país laico. Suas crenças, religião, costumes, culturas, lendas, folclóre, representam um misto de diversidade ou hábitos diferentes, cuja variedade é respeitada por todos, garantida pela lei.
Uma das manifestações folcloricas mais populares, o Bumba-meu-boi, parte da cultura maranhense, vem se disseminando sendo cada vez mais admirada em todo o país.


No período entre junho e julho as festas se difundem pelo Brasil a fora e o Bumba-meu-boi é uma atração à parte.
No Maranhão a manifestação é forte. A população se mobiliza chegando não só às ruas, mas também no seio das famílias, nas escolas e como parte de atividades educacionais e de lazer.
Muitas pessoas confeccionam seus próprios boizinhos e endumentárias.
Registros das primeiras manifestações do bumba-meu-boi no Maranhão, mostram que a festividade era realizada inicialmente entre os negros. Em 1861, a manifestação cultural foi proibida, sofrendo uma paralisação de sete anos.
No o período em que a manifestação ficou parada, foi criado o Código de Posturas de São Luís, pela Lei Provincial, em 4 de julho de 1866. Seu artigo 4º “proibia a realização de batuques fora dos lugares permitidos pelas autoridades competentes”.
Com a volta dos folguedos, os responsáveis pelo bumba-meu-boi tinham que pedir, por requerimento, a autorização da polícia para ensaiar, sair e se apresentar em Festas Juninas. Isso durou de 1876 a 1913.
Nomes do bumba-meu-boi são diferentes em alguns estados onde a manifestação cultural se espalhou.
NOS ESTADOS
Boi-bumbá: Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima. Com festas geralmente no mês de junho. Boi de reis: Ceará, no Natal. Boi de São João: Ceará, na Festa Junina. Boi-calemba: Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Boizinho: Rio de Janeiro e São Paulo, no Carnaval. Boi de jacá: São Paulo. Boi-pintadinho: Rio de Janeiro. Boi de mamão: Santa Catarina e Paraná, no Natal. O que diferencia são os sotaques, ritmos musicais, os instrumentos e as vestimentas.
O ciclo festivo do boi é composto pelo ensaio, batismo do boi, apresentações e morte.
No Maranhão a manifestação tem grande influência do catolicismo, tendo São João como seu principal padroeiro.
O simbolismo, sincretismo, os orixás e seres mágicos também se misturam aos santos juninos. E ainda cultos afro-brasileiros, como tambor de mina e terecô.
A LENDA
O Boi, é o principal personagem da festa, e o enredo gira em torno dele. A pessoa que conduz o boneco e fica em seu interior durante o ciclo festivo é chamada de miolo.
No enredo a evolução gira em torno e um casal: Pai Francisco e Mãe Catirina representam os escravizados (em algumas versões, os trabalhadores rurais). Pai Francisco rouba o boi mais bonito do fazendeiro, mata o animal e lhe corta a língua para que Mãe Catirina possa comê-la e acabar com o seu desejo. É comum que Mãe Catirina seja representada por um homem vestido de mulher durante os festejos do boi.
O dono da fazenda é o proprietário do boi. Ele é o responsável pela caçada ao casal que causou a morte do animal. Vaqueiro, índios e caboclos, são personagens secundários da história, eles estão presentes durante a procura ao boi e a perseguição ao casal.
Os Músicos são personagens acompanhados por bandas de diferentes ritmos.

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