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Reportagem chega ao nordeste do Pará

Área de garimpo, extrativismo vegetal e de criação do gado a região luta para conservar seu bioma natural na floresta amazônica

TEXTO E FOTOS: Alberto Pessoa (novaimagemrevista.com.br)

A reportagem da revista Nova Imagem-DF se embrenhou pela floresta amazônica na região nordeste do Pará neste final de semana (22, 23 e 24), para constatar de perto a situação atual dos povos originários e da preservação ambiental naquela área.
A reportagem partiu do município de Centro Novo, no Maranhão, pré-amazonia, passando pelos povoados de Chega Tudo e Giboia na margem direita do Rio Gurupi. Ao atravessar de balsa o rio, adentramos a região nordeste do estado do Pará no município de Cachoeira de Piriá. Passamos pelos povoados Tatu e seguimos rumo à localidade Moriá com cerca de 50 casas com moradores que se dedicam a extrativismo, pequenos comércios e criação de gado de pequena escala, bem como agricultura de subsistência. O povoado está localizado a cerca de 120 quilômetros do ponto de partida da reportagem.
Na região predomina àreas da floresta tropical da Grande Amazônia ou Amazônia Legal.
O município de Cachoeira do Piriá está localizado na região norte do Brasil, a uma latitude 1º40’15 sul e longitude 46º31’44 oeste.
O povoado surgiu às margens da Rodovia BR-316 entre o estado do Pará e do Maranhão, crescendo com o comércio do ouro.
Foi elevado à categoria de município via lei estadual 5 927 em 28 de dezembro de 1995, através do desmembramento do município de Viseu, chamado inicialmente de “Cachoeira do Carimpo”, devido a predominância das atividades minerais na região.
Localiza-se na microrregião de Guamá, mesorregião do Nordeste Paraense e conta com mais de 32 mil habitantes. Sua área é de 2.411 km².
A principal atividade é o uso sustentável dos recursos naturais pela população tradicional, de grande Importância cultural, econômica e ambiental.
O agricultor José Pereira Ferreira, 56 anos, há alguns anos reside entre a cidade e o povoado Moriá. No lugarejo José tem uma pequena propriedade onde desenvolve a atividade de pequeno criador de gado, psiciltura e cultivo de roça com arroz, feijão e milho. Sua residência não conta com energia elétrica, nem Internet, apesar de que na Vila pode-se obter esses serviços. No local ele têm a companhia de sua esposa Rosário Ferreira e um auxiliar de serserviço. “Aqui vamos dormir às 7:00h e às 4:00h já estamos de pé iniciando os trabalhos”, informa José. Na Vila há posto médico e escola da prefeitura.
A população tradicional que vive na região depende dos recursos naturais para a sua subsistência, realizando atividades extrativistas como a pesca artesanal, a coleta de frutos e a produção de farinha de milho e mandioca.
Os órgãos de fiscalização governamentais que atuam no polo Gurupi-Piriá tem como objetivo principal conciliar a conservação dos ecossistemas com o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais.
Dentro das reservas no estado, as atividades extrativistas são regulamentadas pelo plano de manejo, que estabelece as normas e diretrizes para o uso sustentável dos recursos naturais. Esse plano é desenvolvido de forma participativa, envolvendo as comunidades locais, órgãos governamentais e organizações não governamentais.
Este acompanhamento também é importante para a conservação da biodiversidade. A Reserva Ecológica do Gurupi abriga uma rica variedade de espécies da fauna e da flora contribuindo para a manutenção dos ecossistemas e a proteção das espécies ameaçadas.

NORDESTE PARAENSE

O nordeste Paraense abrange uma área de 69.038,40 Km² e é composto por 20 municípios: Santa Luzia do Pará, São Miguel do Guamá, Tomé-Açu, Ulianópolis, Concórdia do Pará, Rondon do Pará, São Domingos do Capim, Abel Figueiredo, Aurora do Pará, Bujaru, Cachoeira do Piriá, Capitão Poço, Dom Eliseu, Garrafão do Norte, Ipixuna do Pará, Irituia, Mãe do Rio, Nova Esperança do Piriá, Ourém e Paragominas.

A FLORESTA E O RIO GURUPI

O rio Gurupi é um curso de água muito importante para aquela região. Banha os estados do Pará e Maranhão. Possui aproximadamente 720 km de extensão, tem sua nascente no estado do Maranhão e sua foz no Oceano Atlântico.
O Maranhão é um estado localizado em uma zona de transição dos climas semiárido, do interior do Nordeste, para o úmido equatorial, da Amazônia. Possui diferenças climáticas e pluviométricas. No oeste do estado, predomina o clima tropical quente e úmido (As), típico da região amazônica, enquanto que, nas demais regiões, há um clima tropical quente e semiúmido (Aw). Na região oeste do Maranhão, as chuvas ocorrem em níveis elevados durante praticamente todo o ano, com um breve período seco entre junho e agosto, superando os 2.000 mm, conforme se avança até a foz do rio Gurupi.
O rio é dominado pelo bioma da Floresta Amazônica, já bastante devastada pelo desmatamento, queimadas, produção de carvão vegetal, extração ilegal de madeira. A bacia também é afetada pelas indústrias de ferro-gusa, pecuária e plantio de eucalipto na região, o entrocamento rodoferroviário da região (BR-316, BR-010, Ferrovia Carajás e Ferrovia Norte-Sul) e o garimpo de ouro na sua foz.
Na região do médio curso, fica localizada a Reserva Biológica do Gurupi, também ameaçada.
Ao sul da bacia hidrográfica do Gurupi há proximidade com áreas de transição com cerrado, porém não há áreas de cerrado na bacia. Sua foz encontra-se inserida na região da APA das Reentrâncias Maranhenses, uma zona rica em manguezais e biodiversidade.
Na margem esquerda do rio Gurupi localiza-se a Terra Indígena Alto Guamá (habitada pelos tembés) e na margem direita a Terra Indígena Alto Turiaçu (onde vivem os ka´apores, awa-guajás e tembés, povos indígenas do tronco tupi-guarani.
Os índios Awá-Guajá são um povo caçador-coletor que vive em situação de isolamento no Maranhão, na região da Amazônia maranhense. Esses índios se distribuem pelas terras indígenas Araribóia, Caru, Awá, Krikati. As outras terras indígenas da bacia do Gurupi são Rio Pindaré (MA) e Alto Rio Guamá (PA). A região é foco de diversos conflitos envolvendo índios, madeireiros e fazendeiros.
Protege uma das últimas porções da Amazônia maranhense, foi criada com o objetivo de preservar o ecossistema de Floresta Tropical Úmida entre a Serra da Desordem e a Serra do Tiracambu, nos vales dos rios Gurupi e afluentes. Localiza-se entre os municípios de Centro Novo do Maranhão, Bom Jardim e São João do Caru, no Maranhão com uma área de amortecimento que abrange outros municípios, como Itinga do Maranhão e Paragomninas.
Trata-se de reserva estratégica para a conservação, pois, somada às três terras indígenas vizinhas a ela (Alto Turiaçu, Awá-Guajá e Caru), constitui a última fronteira de área contínua amazônica do Maranhão. É um dos locais de estudo do Programa de Pesquisa em Biodiversidade – PPBio Amazônia Oriental e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia.
É um importante centro de endemismo e de elevada biodiversidade, e na reserva ocorrem espécies ameaçadas de extinção como a ararajuba (Guaruba guarouba), o mutum-de-penacho (Crax fasciolata pinima), o jacamim-de-costas-verdes (Psophia viridis obscura), a araçari-de-pescoço-vermelho (Pteroglossus bitorquatus bitorquatus) e o arapaçu-da-taoca (Dendrocincla merula badia)
Pesquisas identificaram a existência na reserva de: 109 espécies de peixes, 124 espécies pertencentes a 34 famílias de nove ordens de mamíferos e 503 espécies de aves para esta região do Estado, das quais 470 são residentes (não migratórias), como o gavião-real e a maria-caçula, um dos menores passarinhos do mundo. Também estão presidentes duas espécies de primatas que só existem na Amazônia Oriental e extremamente ameaçadas: o Cairara Ka’apor (Cebus kaapori) e o Cuxiú-preto (Chiropotes satanas).
A efetiva atuação dos órgãos públicos com a implantação de políticas públicas de implementação de atividades na assistência dos biomas da região são de suma importância para a manutenção da vida, da fauna e da flora desta região do Brasil.

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