Aroldo Pereira é bastante conhecido no eixo Sudeste/Sul do país pela sua atuação e produção literária de grande alcance junto ao público
Alberto Pessoa (novaimagemrevista.com.br)
O poeta multiartista, escritor, agitador cultural, fundador do festival Psiu Poético, Aroldo Pereira vai lançar sua mais recente obra “Parangolares”, nesta terça-feira (19), em Brasília durante o evento Anarcopoético no Buteco do Encontro na 206/Norte-Bloco A.
É grande a expectativa por parte do público, já que Aroldo tem um grande ciclo de amizade no Planalto Central. E também pela repercussão positiva de “Parangolares”, já visto em diversas regiões do país.
Segundo a escritora Sidnéia Simões, “Parangolares”, que é o segundo livro da trilogia “Parango”, o poeta Aroldo revisita lutas e homenageia os deserdados da sociedade, através de memórias e vivências junto ao artista plástico Ray Collares, de quem foi amigo ao longo da vida.
“O terceiro livro da trilogia “Parango” já tem nome, “Parangosário”, dialogando com Arthur Bispo Rosário, artista plástico que Aroldo conheceu quando viveu no Rio de Janeiro e foi importante para o poeta desvendar ainda mais a busca afetiva do saber e das artes”, revela Sidnéia, amiga do autor.
Aos seus leitores Aroldo Pereira adianta:
“Minha poética é um livro único, iniciado com o “Parangolivro” e, agora, com “Parangolares”, reforçando o uso a poesia como diálogo e observações sociais. Na primeira obra dialoguei com o artista plástico Hélio Oiticica e, agora, com os deserdados do mundo, como é o caso do Ray Colares”.
Na orelha de “Parangolares”, susurra Anelito de Oliveria “O clima dominante deste Parangolares de maturidade, mas não no sentido de uma autocomplacência, de uma satisfação decadente consigo mesmo, mas muito mais no sentido de uma anticomplacência, de uma irônica insatisfação consigo mesmo, com o curso da vida, com os condicionamentos impostos em nome da ordem e do progresso aos subalternos. Há a busca de compreensão sobre o vivido que caracteriza a maturidade, mas sem que isso implique aceitação pura e simples do modo como o tempo vivido se processou, muito menos do modo como ainda está se processando. Isso contribuiu para que compreendamos por que, afinal, o poeta continua exprimindo suas tensões amorosas com sabor de adolescência e suas utopias revolucionários, bem como lidando com uma perspectiva sobre forma poética ‘marginal1, antiformalista, vinculada aos 1970, ao ‘desbunde’, ao rock in roll, ao ‘TROPICALISMO’ “.
O AUTOR
Natural de Coração de Jesus no Gerais em Minas, é em Montes Claros que João Aroldo Pereira produz seus atritos e inquietações, tendo a poesia como suporte. Publicou na década de 1980 os livros canto de encantar serpente, azul geral, hai-kai quem quer e doce pérolas púrpuras, em diálogo com a geração mimeógrafo. Os livros cinema bumerangue (1997) e parangolivro (2007) foram utilizados para o mestrado em letras/estudos literários (em 2008) e para o processo seletivo de 2011 da unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros). É também coautor de antologia da moderna poesia brasileira (1992), signopse – a poesia na virada do século (1995), cantária (2000), trinta anos-luz: poetas celebram 30 anos de psiu poético (2016), entre outros. Seu nome consta como verbete da enciclopédia de literatura brasileira, organizada por Afrânio Coutinho e J. Galante de Souza (fundação biblioteca nacional/ academia brasileira de letras, 2001). Recebeu a medalha da inconfidência mineira em 2006 e o título de doutor honoris causa em 2017. Tem produzido no século 21 um diálogo mais acentuado com os artistas plásticos brasileiros Hélio Oiticica, Raimundo Colares e Arthur Bispo do Rosário. Acontece de ser curador do Festival de Arte Contemporânea Psiu Poético em parceria com o grupo de literatura & teatro transa poética há 37 anos, acenando rumo aos 40.
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