I
A chuva forte desceu
Como um rio a transbordar
Ceilândia foi tomada
Pela água a inundar
A árvore grande tombou
Nada pôde segurar.
II
Na rua, o carro engolido
Foi um susto sem igual
O chão abriu-se de vez
Cenário tão surreal
Rozilena lamentou
Foi um choque emocional.
III
Em Águas Claras, o caos
A calçada não ficou
No Gama os ventos fortes
Uma tenda derrubou
Enquanto o povo assustado
Na tormenta se abrigou.
IV
Samambaia viu granizo
Com trovões a ressoar
O céu parecia em guerra
Tempestade a castigar
A QS virou cenário
De um drama a se contar.
V
Corpo de Bombeiros veio
Para providenciar
Isolou-se o perigo
Neoenergia a atuar
Mesmo com toda a resposta
Foi difícil consertar.
VI
As ruas ficaram cheias
O tráfego todo parou.
Lá na Fundação Bradesco
Na água tudo afogou.
Moradores sem saída
No desespero ficou.
VII
Os ventos vieram forte
Também lá no Sol Nascente
Alagamentos infindos
Mostram quão dura é a enchente
A chuva impiedosa
Marca o rosto dessa gente.
VIII
Os muros foram ao chão
Redes elétricas caíram
Chácaras de Taguatinga
Os cabos logo partiram
Na lama e no desespero
Muitas vidas se feriram.
IX
O céu parecia em chamas
Com trovões a ribombar
Relatos de medo e perda
Ecoam por todo lugar
O DF chora e resiste
Com vontade de lutar.
X
As crianças na janela
Olhavam a inundação
Os pais buscavam respostas
No meio da confusão
Ceilândia tão castigada
Carrega sua emoção.
XI
O céu desabou com tudo
Tal qual o dilúvio antigo
Sem arca que nos salvasse
Só água como castigo
No DF, a enchente veio
Deixando o povo em perigo.
XII
Que lições fiquem marcadas
Com cuidado e precaução
Planejar nossas cidades
Para tal situação
Que o futuro traga alívio
Para toda a região.
Raimundo Sobrinho
Poeta Cordelista 19/12/2024
Foto: Divulgação