Cidade histórica goiana é a preferida também dos moradores do Distrito Federal em finais de semana e feriados.
Reconhecida como berço da cultura goiana e considerada a Atenas de Goiás, Pirenópolis está situada a 150 quilômetros de Brasília e a 120 quilômetros de Goiânia. A pequena cidade do interior de Goiás foi tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e conserva seu aspecto antigo e bucólico, cercada de morros e cachoeiras. O município é um retrato vivo da história goiana, onde um povo hospitaleiro, alegre e festivo, convive com um ambiente de extrema beleza natural.
Pirenópolis é um permanente foco cultural, proporciona inteiramente o lazer e prática do ecoturismo. É também reconhecida como berço da cultura goiana e já foi considerada a Atenas de Goiás.
O município nasceu com o nome de Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte, fundada em 1727 pelo português minerador Manoel Rodrigues Tomar. Tornou-se vila em 1832, cidade em 1853, Pirenópolis em 1890. “Em cada palmo uma referência”, diz a Pedagoga Maria de Lourdes.
Todos os finais de semana a cidade é invadida por milhares de turistas brasileiros e estrangeiros que encontram ali, a estrutura necessária para descanso e diversão. Os brasilienses se constituem em maioria e lotam as pensões, bares, restaurantes, ruas e área de camping da cidade.
O atrativo turístico de Pirenópolis vai desde a culinária com petiscos variados e à base da comida goiana, à sua vasta opção natural com cachoeiras, fazendas, trilhas ecológicas no meio do Cerrado. À noite, as ruas viram bares e palcos de imensa agitação cultural e musical.
“ Estou impressionada com as belezas deste lugar. A paz aqui reina e podemos optar também pelas festas, artesanatos e manifestações religiosas da cidade”, disse a paulista Michele Machado que esteve em Brasília e visitou município.
A assistente social Glória Maria residente em Brasília diz que tem como passeio preferido nos finais de semana o município goiano. Ela acrescenta que vai sempre com familiares, pois encontra tranqüilidade circulando pelas ruas de pedras da cidade.
Pirenópolis está localizada em altitude de 770 metros. Sua população estimada é de 24.111 habitantes, segundo dados do IBGE 2013. Possui uma área de 2.227,793 km².
O município é cortado de norte a sul por uma formação de cuesta. A leste tem-se a borda do Planalto Central Brasileiro, com altitudes médias acima dos 1.000 metros nesta região, de vegetação campestre e rochosa e cujos rios compõe a Bacia Platina, e a oeste uma extensa planície de altitude média de 700 metros, de vegetação mais densa e cujos rios compõem a Bacia do Tocantins-Araguaia, num trecho conhecido como Serra dos Pireneus.
O clima da região é o semi úmido (chuvoso e quente de outubro a março, seco e frio de abril a setembro). E a temperatura média anual fica na casa dos 21ºC – com máxima média anual de 35ºC e mínima de 9ºC.
Pirenópolis integra o Circuito Gastronômico Goiás, que reunire chefs renomados de várias partes do Brasil e do mundo. O evento tem a realização da Prefeitura de Pirenopólis e Governo de Goiás, através da Goiás Turismo, em parceria com entidades como Universidade Estadual de Goiás (UEG), Sebrae Goiás, Senac de Goiás e Associação Goiana de Profissionais e Estudantes de Cozinha (Agpec). Na última edição o município recebeu profissionais como o francês radicado em São Paulo Laurent Suaudeau, Mara Salles, Alberto Landgraf e Salvatori Loi. Chefes goianos consagrados como Ian Baiocchi e Márcia Pinchemel.
O Festival Gastronômico de Pirenópolis é um passeio pelas diferentes áreas da culinária, desde a degustação de vinhos ao preparo de pratos típicos. A programação inclui oficinas, aulas-show e a participação de vários restaurantes da cidade, que oferecem cardápios especiais nos dias do evento.
O festival é destinado aos empreendedores, aos administradores de restaurantes, profissionais e estudantes ligados à área de turismo, hospitalidade e gastronomia, bem como turistas que desejam desfrutar do evento gastronômico. A Feira de Arte, Cultura e Gastronomia Típica tem por objetivo beneficiar diretamente os produtores rurais, agregando o artesanato e a culinária local. Tornando ainda o produto mais acessível de vendas aos produtores e também aos consumidores.
Para o lazer tem ainda: Cachoeira dos Dragões, Cachoeira Nossa Senhora do Rosário, Mirante do Ventilador, Cachoeira do Coqueiro, Cachoeira Garganta do Inferno, Parque Estadual dos Pireneus , Cachoeira do Sonrisal, Morro Cabeludo, Morro dos Pireneus, Fazenda Babilônia, Reserva Ecológica Vargem Grande, Lagoa Azul, Cachoeira das Andorinhas, Fazenda Tabapuã dos Pireneus, Cidade de Pedra, Fazenda Santuário de Vida Silvestre Vaga Fogo, Cachoeira do Abade, Cachoeira da Meia Lua, Cachoeira Usina Velha, Cachoeiras Bonsucesso.
Entre os atrativos culturais estão apresentações de Peças Teatrais, Cavalhada Mirim, Pastorinha Infantil, Catira Feminina, Congo, Pastorinhas, Contra dança, Congada, que é uma manifestação folclórica introduzida pelos imigrantes mineiros. Reinados, que conserva antigos cortejos de festejo, com que os negros escravos do período colonial cultuavam os seus santos padroeiros. Contra dança (pau de fitas) é uma tradição milenar no meio rural e Banda de Couro é apresentada desde 1814. Cine Primavera com filmes sobre música e dança para Pirenópolis. Cavalhadas, encenação da guerra entre Mouros e Cristãos. Festa do Divino Espírito Santo, realizada sempre 50 dias após a Páscoa. Folia do Divino Espírito Santo, Mascarados, Banda de Música Phoenix tradicional em Pirenópolis.
Pirenópolisfoi tombada em 1989. Possui um Centro Histórico com casarões e igrejas do século XVIII, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário (1728-1732), a Igreja de Nossa Senhora do Carmo (1750-1754) e a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (1750-1754).
Entre o conjunto arquitetônico estão Ponte Histórica, Centro Histórico. Ponte Pênsil Dona Benta, Cine Pireneus, Museu das Cavalhadas. Outros prédios significativos arquitetonicamente são o Teatro de Pirenópolis, de estilo híbrido entre o colonial e neo-clássico, de 1899, o Cine-Pireneus, em estilo art-deco, de 1919 e a Casa de Câmara e Cadeia construído em 1919 como réplica idêntica do original de 1733.
A Matriz de Pirenópolis é um dos maiores e tradicionais centros de fé católica para o povo goiano e foi dedicada à padroeira da cidade. Construída entre 1728 e 1732 no auge da mineração do ouro.
Um pouco da História
Outrora, entroncamento de caminhos para os que transitavam pela Estrada Real circulando ouro, mercadorias, tropas, notícias, sonhos, aventuras e conhecimento. Hoje, recebendo um fluxo constante de visitantes de lugares vizinhos e cada vez mais distantes. Cidade onde se realiza o intercâmbio entre tradições, valores e jeito de ser que tão bem conservou com a diversidade cultural brasileira e mundial, faz parte dos 65 destinos indutores do turismo no Brasil. O turismo na cidade é um fator que vem crescendo nos últimos dez anos e atraindo cada vez mais um grande público nacional e internacional, que encontram na cidade uma grande diversidade de segmentos turísticos, em sua beleza natural, gastronômica, e cultural.
Importante centro urbano dos séculos XVIII e XIX, com mineração de ouro, comércio e agricultura, ficou isolada durante grande parte do século XX e foi redescoberta na década de 70, com a vinda da capital federal para o Brasil Central.
Pirenópolis, a Cidade dos Pireneus é uma das primeiras do estado de Goiás. Cortada pela serra Pirineus, com montanhas cobertas pela raríssima vegetação de Cerrado rupestre, natureza exuberante, formações rochosas, nascentes e dezenas de cachoeiras. Foi a primeira cidade a possuir obras sacras, a primeira biblioteca e o primeiro cinema do estado. Destacou-se na música goiana, graças ao surgimento de grandes maestros, e também da imprensa de Goiás – nela foi impresso o primeiro jornal do Centro Oeste, denominado Matutina Meiapontense.
Banhada pelo Rio das Almas, Pirenópolis conservou tradições e manifestações culturais. Preservou seu patrimônio arquitetônico de belos casarões e igrejas do século XVIII, e especialmente a hospitalidade de seu povo. Com ruas de pedras iluminadas por lampiões coloniais, cozinha regional que guarda ingredientes e antigas receitas, a prosa cordial dos moradores e comércio diferenciado onde se encontra objetos artesanais – tecelagem, cerâmica, máscaras das Cavalhadas, flores de papel e chitão , mandalas do Divino.que se manifesta desde os tempos coloniais.
A tradição do Divino Espírito Santo
A festa do Divino Espírito Santo em Pirenópolis é uma tradição que acontece há 195 anos e que permanece viva graças à fé e devoção que se renova a cada geração.Durante a manifestação circulam pelas ruas de pedra do Centro Histórico, mascarados, cavaleiros, pastorinha e reis. Uma tradição que encanta e atraí todos os anos milhares de visitantes até Pirenópolis. Segundo o secretário de cultura, João Brandão, só durante as Cavalhadas cerca de 20 mil pessoas passam pela cidade histórica. “A Festa do Divino é a marca cultural de Pirenópolis”, declara o secretário.
A Festa do Divino é o momento das famílias se reunirem para acompanhar os cortejos religiosos e também os festejos no Cavalhódromo, onde já virou tradição. “Para mim, que acompanho essa festa desde menino, é uma alegria poder receber tantos amigos, o pirenopolino é reconhecido por sua hospitalidade e eu jamais poderia fechar as portas do camarote da prefeitura, que assim como meu gabinete é um espaço do povo; quero agradecer o carinho de todos que nos visitaram, e principalmente, quero agradecer toda a equipe da prefeitura que trabalha incansavelmente para a realização dessa festa”, destacou o prefeito.
Texto e imagens por Alberto Pessoa