Praça Dias Carneiro e o clamor dos panteões caxienses

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Texto e fotos: Alberto Pessoa

De um lado, o prédio secular do Colégio São José, coladinho na União Artística Operária Caxiense, do outro, a simbólica Companhia de Fiação e Tecidos União Caxiense, hoje Centro de Cultura Acadêmico José Sarney que efetivamente não representa a cultura local. Na frente a prefeitura municipal onde funcionou, por décadas, o Mercado Central e no mesmo ângulo de visão a Câmara de Vereadores com sua fachada histórica e marcante. Cercada deste conjunto representativo da História do município de Caxias está encravada a ágora caxiense Praça Dias Carneiro, popularmente conhecida como Praça do Pantheon onde estão plantados os bustos de meia dúzia de grandes vultos da história do município. Os quais, evocam a memória de homens que ajudaram a construir com suas obras imortais a rica história deste município, um dos mais antigos do Brasil. São tantos os caxienses que se doaram de corpo e alma para elevar com áurea esta, que, poderia ser chamada de Atenas Maranhense.
A Praça do Pantheon está ficando sem brilho, onde no convívio abstrato de seus heróis os dias se tornam secos, sem vida, sem cor, sem luz. Um verdadeiro retrato em preto e branco do abandono e do descaso.
Marco Temporal – Fincada na área Central da cidade, a Praça do Pantheon foi construída a partir de um terreno baldio e representa um dos locais onde supostamente teria iniciada a formação da Vila, além dos Três Corações, Praça Matriz e Praça Gonçalves Dias.

O nome da Praça é uma homenagem ao industrial Francisco Dias Carneiro. E a referência aos vultos mercantes da história caxiense deve um Memorial mais abrangente, citando, além de Antônio Gonçalves Dias, César Marques, Coelho Neto. Teixeira Mendes. João de Deus do Rêgo…, também Frederico José Corrêa. Teófilo Dias. Medeiros e Albuquerque. João Mendes de Almeida. Ricardo Leão Sabino. Manoel Jansen Ferreira. Vespasiano Ramos. Arias Cruz. Afonso Cunha. Benedito Pires. Raimundo Castelo Branco de Almeida. João Castelo Branco de Almeida. Miguel Beleza. Artur Leite. Manoel Caetano Bandeira de Melo. Walfredo Machado. Adailton Medeiros. Raimundo Nonato da Silva. Edson Vidigal e outros merecidos caxienses. Deveria ser muito bem zelada para a manutenção da grandeza de nossa História e do orgulho do nosso povo.


PONTO DE ENCONTRO – Vale ressaltar que a Praça do Pantheon é o ponto de encontro para o turista apreciar esse conjunto arquitetônico histórico que inclui ai a Companhia de Fiação e Tecidos União Caxiense S. A. fundada em 1889 por três sócios, Antônio Joaquim Ferreira Guimarães, Manoel Correia Baima de Lago e Francisco Dias Carneiro. A Fábrica, criada no período de expansão da indústria têxtil no país, tinha como principal objetivo a produção de fazendas para comercialização, tendo em vista a escassez do produto no mercado maranhense. Mas foi durante a Segunda Guerra que ocorreu o apogeu da Indústria, com o fornecimento de matéria-prima para o exterior. A Companhia, que declarou falência em 1950, foi um dos fatores de desenvolvimento da região.
O prédio da extinta União Caxiense foi o primeiro tombamento isolado ocorrido na cidade, pelo Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico do Maranhão (Dphap/MA), sob o Decreto nº 7.660, de 23 de junho de 1980, e inscrito no Livro de Tombo em 15 de outubro de 1980. O prédio de 6000m² edificado em pedra, cal e alvenaria de tijolo, com estrutura metálica inglesa e telhas francesas, ficou abandonado até a década de 1970 quando a administração pública adquiriu o imóvel e o transformou no Centro de Cultura Acadêmico José Sarney. O prédio da antiga Companhia de Fiação e Tecidos União Caxiense S. A. está localizado na Praça Dias Carneiro, no centro de Caxias.

*Alberto Pessoa, escritor caxiense, é Bacharel em Comunicação Social, Licenciado em Geografia. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC) e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM).

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